segunda-feira, 11 de julho de 2011

POR QUE TEMEMOS “NÃO” COMO RESPOSTA?

Era uma conversa entre jovens. Um deles perguntou ao outro: você já pediu ao pai do Augusto a oportunidade de trabalho que você queria na empresa dele?
A resposta foi imediata: eu não! Tenho medo que ele me diga que não dá.
Por que tememos “não” como resposta?
Não será porque ao longo dos milênios, apesar de havermos evoluído bastante, tecnologicamente, nos tornamos cada vez mais conflituosos e medrosos em termos de relações humanas? Não será esse medo parte da ausência real de relações, devido às imagens que “criamos” pelo pensamento a respeito de nós mesmos e de nossos semelhantes? A imagem que faço do outro é o outro, ou apenas uma imagem?
Se não “criássemos” imagens qual a importância de receber “não” como resposta? Por que temos sempre que ser satisfeitos em nossos desejos? Como iremos enfrentar situações cada vez mais complicadas geradas em uma sociedade caótica “criada” por nós mesmos, se não atentarmos para a maneira como pensamos, falamos e agimos? Muitos são capazes de resolver sofisticados problemas técnicos, mas não conseguem se relacionar minimamente com os demais. Quase sempre utilizamos respostas armazenadas na memória, frutos de vivências passadas trazidas pelo pensamento, para resolver novos desafios. Pode o novo ser resolvido pelo passado? Não será que a vida está sempre se renovando e só a atenção, momento a momento, será capaz de apresentar respostas adequadas a cada situação que surge?
No caso em questão, conheço algumas pessoas ainda capazes de dar respostas simples a seus desafios: uma delas questionada sobre porque não temia receber “não” como resposta foi simples e direta: - É fácil; o “não” em nada muda a minha situação. O que muda é o “sim”. Quando desejo um emprego, falo com quem pode decidir a questão. Se a resposta for “não”, continuarei na mesma. Se for “sim” terei o emprego que desejo.
Por que a maioria de nós é incapaz de perceber até mesmo essa simples realidade?
Imagem: psychotherapybrownbag.com

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