quarta-feira, 23 de novembro de 2011

EBE QUER SER FÁBRICA DE MÓDULOS PARA FPSOS - Daniel Fraiha / Petronotícias

A Empresa Brasileira de Engenharia (EBE) foi uma das empresas escolhidas pela Petrobrás para desenvolver módulos para as plataformas P-58 e P-62, que vão complementar a carteira de embarcações para exploração da companhia, e já está se preparando para concorrer a um dos quatro pacotes de módulos que incluem engenharia e montagem na licitação de oito novos FPSOs da Petrobrás. O diretor da EBE, Paulo Massa, contou que a empresa conseguiu atingir 92% de conteúdo nacional e disse que a empresa está se preparando para ser uma fábrica de módulos.
Quantos módulos a EBE está fazendo para a Petrobrás?
São dez módulos para a P-58 e para a P-62, diretamente para a Petrobrás. Cada módulo tem uma utilidade, sendo que existem seis de compressão, dois de recompressão, que faz o sistema rodar, e dois de armazenamento, que é um módulo mais simples.
Quanto de conteúdo nacional alcançaram?
O conteúdo nacional requerido é de 75,5% e nós estamos atingindo hoje 92%, sendo que foi uma concorrência com mais 28 empresas. A Petrobrás vem trabalhando para aumentar o conteúdo nacional e estimular a indústria brasileira, e nós, com toda a concorrência que tivemos e que fez com que nosso preço tivesse que ser competitivo, estamos conseguindo alcançar esses níveis. Quando você compra lá fora, você estimula empresas de lá e é muito mais barato do que comprar aqui no Brasil. Nós estamos estimulando empresas brasileiras pela cultura do Grupo MPE, do qual a EBE faz parte, que sempre deu prioridade às empresas brasileiras ao longo de sua história.
E conseguiram manter o preço competitivo mesmo assim?
Conseguimos. Não aumentamos o preço e conseguimos aumentar o conteúdo nacional de 75,5% para 92%.
Como conseguiram isso?
Trabalhando as empresas brasileiras. Procuramos empresas do Brasil que fossem competitivas, tivessem preço e que nos dessem a segurança de que iriam executar o serviço.
Não tiveram problemas para conseguir isso?
Não, não. A Petrobrás aprovou e está satisfeita com isso, e para eles está sendo até uma bandeira para mostrar para todo mundo que é possível, porque muitas empresas dizem que não é, mas é possível.
Como está o andamento da obra?
A obra está dentro do prazo. Existe uma avaliação que a Petrobrás faz todo mês, em que dá uma nota, chamada BAD (Boletim de Avaliação de Desempenho), e nós tivemos o último BAD 8,9, o que é considerado excelente, especialmente na área offshore, que é na área em que estamos trabalhando.
Depois que os módulos estiverem prontos, vão para onde?
Depois de prontos, nós temos que mandar cinco para o Rio Grande e cinco para o Recife, onde serão feitas as integrações. Os da P-58 são para abril e os da P-62 são para junho. São iguais, com as mesmas características e irão para os locais onde será feita a integração com os FPSOs.
São novas apostas da EBE?
É muito importante para a gente esse trabalho, porque se você olhar o plano de investimento da Petrobrás, o grande volume de dinheiro está no offshore, no E&P, então se nós fizermos esse trabalho bem feito, é um cartão de visitas para os próximos investimentos dela. Termos um boletim de desenvolvimento e avaliação com uma nota excelente, com conteúdo nacional acima de 90%, faz com que a gente ganhe muitos pontos com a Petrobrás.
Haverá uma nova licitação de módulos em breve. Quantos serão?
Serão 80. Nós fomos convidados para participar dessa licitação, em que as propostas deverão ser entregues até 1° de dezembro. Na verdade a Petrobrás quer fazer uma fábrica de módulos, que você faça um e seja repetitivo, ganhe na produtividade, ganhe no volume. Então, com certeza, nós estamos um passo à frente.
Vocês vão concorrer aos 80 módulos?
Não. São quatro pacotes que incluem engenharia e montagem, cada um com sua característica e com uma quantidade de módulos diferente. Ainda estamos estudando em qual nós iremos entrar, selecionamos alguns, mas temos que ver a área e como iremos trabalhar. Por exemplo, módulos de compressão são os que nós já estamos fazendo hoje, então temos um grande know-how de como fazer, quais são os problemas e de como tratá-los.
Você falou que a Petrobrás que fazer uma fábrica de módulos. Pode explicar melhor?
A intenção da Petrobrás é fazer fábricas de módulos. Quando você faz oito FPSOs, você faz um módulo oito vezes, passa a ser repetitivo, passa a ser uma fábrica. E a tendência é você ganhar mais, porque quando você passa a fazer isso, você fica mais competitivo. Então essa é a idéia da Petrobrás, o que está certíssimo, e nós estamos nos preparando para isso. Hoje nós somos uma pequena fábrica de dez módulos e, se deus quiser, nós vamos conseguir mais. É o nosso objetivo.
Imagem: cedida por Paulo da Luz

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