terça-feira, 20 de março de 2012

MÉDICO DA UFF CRIA INOVADORA FERRAMENTA DE GESTÃO EM SAÚDE, O (IM)PACIENTE

A dificuldade da população em escolher a opção mais adequada para tratamento da saúde inspirou a criação do Projeto (Im)paciente, de autoria do médico-residente Ricardo Heber, da área de Medicina Preventiva e Social do Instituto de Saúde da Comunidade do Hospital Universitário Antônio Pedro (Huap) da UFF. Trata-se de um site com o cadastro de todos os estabelecimentos de saúde do Brasil, reunidos no endereço www.impaciente.org, que qualquer pessoa pode acessar e comentar sobre qualquer hospital, laboratório ou clínica do país.
Segundo Heber, o Brasil é carente de informações na área de saúde, e a ferramenta pode fornecer suporte valioso para que os pacientes façam uma boa escolha, baseada nos comentários e opiniões de outras pessoas na mesma situação. Os critérios de avaliação, que estão em constante desenvolvimento para aprimoramento do sistema, foram estabelecidos pelo professor-orientador Aluísio Gomes da Silva Júnior e pelos especialistas em avaliação do Departamento de Planejamento em Saúde
No (Im)paciente, a preocupação é com a opinião do usuário dos serviços, diferentemente do Índice de Desempenho do Sistema Único de Saúde (Idsus), recentemente divulgado, cuja avaliação baseia-se em indicadores puramente estatísticos, como o número de consultas, tempo de espera e outras informações estruturais.
Os comentários colhidos no site permitem avaliação dos procedimentos em ambulatórios (consultas, exames), nas internações e nas emergências. As perguntas são formuladas de modo a induzir o paciente à reflexão. Além de informações mais objetivas sobre o tempo de espera para agendamento e na recepção, o paciente deve responder sobre a atenção do médico, se ele o escutou atentamente e mostrou interesse no seu problema, se houve clareza na orientação e prescrição e, finalmente, se o seu problema foi resolvido. Nos atendimentos de internação, há perguntas sobre o ambiente (temperatura do quarto, limpeza e acomodações), a atenção dispensada pela enfermagem e a alimentação (qualidade da comida, horário das refeições).
O Projeto (Im)paciente traduz a opinião pessoal e direta do paciente e permite visualizar um painel amplo de investigação sobre os serviços oferecidos. Além de funcionar como um guia para os usuários, o programa poderá ainda se tornar um poderoso instrumento para que os gestores públicos ou privados analisem a rede de seus prestadores de serviços, sob a perspectiva do paciente, podendo intervir pontualmente, quando for o caso, e proporcionando maior visibilidade aos bons gestores, que utilizam boas práticas e que estão sendo bem avaliados, sobretudo os que atuam em áreas mais carentes, explica Heber.
O autor e coordenador-executivo do (Im)paciente pretende incorporar, em breve, os dados do Conselho Federal de Medicina, quando os usuários poderão também comentar sobre os médicos.
Imagem: uff.br

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