quinta-feira, 8 de março de 2012

A MULHER TEM A FORÇA PARA A MUDANÇA

Em 8 de março de 1857, enquanto lutavam por melhores condições de trabalho, 130 tecelãs morreram carbonizadas, em uma fábrica de Nova Iorque. Nesta data comemora-se o Dia da Mulher.
Lembrei, então, de um discurso que o filósofo e educador Krishnamurti proferiu, em dezembro de 1927, em Adyar, na índia, para um grupo de mulheres. Ele iniciou assim:
“Em primeiro lugar a vida é una, quer para os homens, quer para as mulheres. Visto que existe tristeza no homem como na mulher, o sofrimento também existe no homem como na mulher. Assim dividir os seres humanos em homens e mulheres é um erro.”
E a sociedade errou; dividiu os seres humanos pela diferença física, concedeu direitos aos homens e subjugou as mulheres. Depois de um longo tempo lutando para sair do jugo ela vem encontrando espaço na sociedade. Hoje a mulher estuda, escolhe sua carreira e ocupa funções antes delegadas apenas aos homens. Mas o trabalho fora de casa não a liberou das responsabilidades domésticas. Enquanto a família deseja uma mulher e mãe dedicada, o trabalho cobra uma profissional competente. Para corresponder a tanta expectativa, a mulher moderna vem cumprindo uma jornada de trabalho exaustiva, sem muitas vezes obter o resultado desejado. É bom lembrar que muitas delas sustentam a família, sozinhas.
Apesar de alguns avanços, entrar no mercado de trabalho ainda é um desafio para o sexo feminino. Mesmo quando tem maior escolaridade, muitas vezes, ela perde a vaga para um homem. Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) comprovou que cerca de 20% das mulheres estão fora do mercado de trabalho contra 10,2% dos homens. No valor do salário elas também saem perdendo: nos dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) do Ministério do Trabalho, o salário da mulher corresponde a 85,3% do salário do homem.
Portanto, a luta feminina está longe de terminar, mas para Krishnamurti, elas têm força para promover a mudança. Em seu discurso, ele afirmou: “Se as mulheres se resolvessem a modificar algo no mundo, poderiam fazê-lo amanhã. São capazes de maior auto-sacrifício do que os homens e, portanto, possuem uma força maior”. E encerrou com a frase: “... se quiserem ser realmente felizes devem libertar-se de tudo que lhes possa limitar para contemplar a vida na sua frescura e beleza”.
Imagem: sindgraf-pe.org.br

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